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  • Foto do escritorgabriela saueia

como funciona a produção dos lambes?



depois que eu produzi esse lambe-lambe enorme em uma parede de 5,32 de largura e 3,80 de altura, muita gente veio me perguntar como que eu faço os lambes do depois das seis., então resolvi contar aqui um pouco mais como é que funciona essa parte do projeto.

quando comecei a colar, lá em 2013, fiz a primeira leva dos lambes em uma gráfica que ficava numa travessa da augusta. tinha montado no photoshop alguns arquivos com as polaroids do projeto em folha A4 e também ampliado algumas dessas fotos para que ocupassem toda folha.

alguns dias depois de colar as fotos nos muros, choveu e a cor da impressão acabou se dissolvendo. isso fez com que eu voltasse na gráfica para pedir algumas dicas sobre qual seria a melhor forma para colocar os lambes na rua e a partir daí comecei a usar a impressão a laser. com isso, o custo de produção na gráfica aumentou e depois de umas duas ou três vezes achei que não estava valendo a pena e fui procurar uma alternativa pra conseguir continuar espalhando céu pelas ruas.

foi aí que decidi investir em uma impressora para o projeto. depois de pesquisar muito e ver qual era seria a melhor opção para imprimir fotografias. a que mais se encaixou no que eu procurava era uma impressora da samsung, que acabou suprindo muito bem as minhas necessidades, mesmo depois de quase quatro anos de uso.


passei a imprimir eu mesma e a espalhar os lambes pelos muros da cidade. um dos meus preferidos é um que tinha escrito 'já olhou o céu hoje?' com um monte de polaroids formando as letras da frase.



aliás, duas curiosidades sobre a impressão: 1. o papel jornal vem em um formato maior que uma A4, então eu tenho que refilar antes de imprimir 2. o papel jor-nal é bem fino (tem gramatura de 48,8 g/m2) e, algumas vezes, a impressora não consegue puxar o papel. quando isso acontece tenho que parar o processo de impressão porque o papel fica entalado lá dentro, aí tem que esperar um tempo, pois fica muito quente e já fiz algumas bolhas porque tentei acelerar o processo. não recomendo não.

no decorrer desses cinco anos, o projeto passou por algumas mudanças. aproveitei que sempre tive vontade de aumentar o tamanho dos lambes para folhas A3 e fui pesquisar como poderia dividir uma foto em várias folhas A4. foi aí que eu descobri um programa chamado PosteRazor, que é super simples e fácil de mexer e exatamente o que eu procurava.


em 2018, decidi que ia tirar as ideias que já tinha da gaveta e colocar tudo em prática e comecei a ver até onde conseguia ampliar uma foto sem perder a qualidade pra colorir os muros. fiz alguns testes em que as fotos ocupavam de 9 a 15, o que eu já achava bem grande.

mais ou menos na mesma época, fui chamada para participar do Paper Day, um evento super bacana cheio de pessoas incríveis que transformam o papel em arte e que aconteceu na Universidade do Papel. quando fui conhecer a Universidade e o pessoal de lá, mostrei os lambes maiores e eles adoraram.

pra minha surpresa, no dia seguinte recebi uma mensagem perguntando se eu topava fazer a parede da fachada deles com um lambe do projeto. marcamos d'eu voltar lá e imagina minha cara quando cheguei e percebi que seria uma parede com mais de 5 metros de largura para cobrir com um lambe só.

pra ser sincera, não sabia se ia dar certo, se a impressora ia aguentar, o que ia acontecer. pensei "pode dar errado e a chance é grande até, MAS imagina se dá certo?". topei, afinal não é todo dia que aparece uma oportunidade assim. cheguei em casa e fui medir quantas folhas eu ia precisar para transformar tudo aquilo em realidade. somei a quantidade de folha que ia precisar pra cobrir uma fileira da altura dos 3,80 metros da parede e aí o programa fez o resto das contas. quando abri o documento dei de cara com o tamanho do desafio: eu ia precisar de 532 folhas A4.


criei um processo pra não me perder em nenhum momento, porque sabia que ia ser bem difícil de me achar.

foram dois dias e meio imprimindo, numerando e recortando as páginas para quando fosse juntar tudo ficasse mais fácil. depois disso, foram outros dois dias colando folha por folha em blo-cos para facilitar na hora de colar na parede. conforme fui juntando, percebi que tinha dado mais certo do que eu imaginava e que qualidade do lambe tinha ficado muito melhor do que eu esperava.

quando fui colar chamei duas amigas maravilhosas que sempre me deram um apoio enorme no projeto. a Tefa (@janela.dalma) e a Tascha (@natygoldx). a Tefa me ajudou na função de colar o lambe na parede e a Tascha registrou todo o processo (o resultado você consegue ver no vídeo aqui do lado). ah! inclusive é a Tascha que tá cuidando de toda parte relacionada a filmagem e edição dos vídeos que tenho postado no depois das seis. foram 10 horas com uma pequena pausa só pra almoçar até o lambe estar todo colado na parede. depois disso, voltei dois dias para arrumar alguns detalhes. confesso que deu um belo de trabalho, foram mais de cinco dias seguidos pra fazer o lambe acontecer, mas foi uma experiência maravilhosa ver aquela parede pronta.

o projeto já me trouxe muita coisa boa, mas ter feito esse lambe gigante me mostrou que eu dá para criar muito mais coisa do que eu achava que dava com os lambes, mesmo fazendo tudo de casa e a maioria das coisas sozinha.


uma das últimas coisas que coloquei na rua foi um lambe com pipas de crochê e as rabiolas mexiam conforme o vento batia. acho que o mais legal é que ter feito tudo isso foi que me deu mais liberdade pra brincar e testar com as intervenções. é isso que tenho feito e que pretendo continuar fazendo.

contei um pouco de como é a produção dos lambes do depois das seis. e como foi passar de fazer os lambes em um tamanho bem pequeno para um lambe numa parede enorme. o plano é começar a postar com mais frequência e a contar um pouco mais sobre o projeto e o que descobri e aprendi com ele <3

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